A implementação do Plano Nacional, gizado após o encontro mantido com o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, poderá não ser mais concretizado, face à crise actual que o País atravessa, porquanto foi idealizado num contexto diferente daquele que se vive presentemente, disse o secretário para informação e porta-voz do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Lopes Trigo.
Por Dionísio Halata
Para ele, não existem mais, actualmente, condições objectivas que possam dar garantias para a resolução das cerca de 65 Recomendações resultantes daquele Fórum foram traduzidas em dez áreas-chave de actuação, entre as quais a habitação, formação profissional, emprego e empreendedorismo.
Há nesse momento, um quadro de incertezas por conta da situação de crise declarada pelas instâncias governamentais em Angola e que, de certeza, afecta também a juventude, já que ela faz parte da sociedade angolana e deve ser vista como parte integrante de todo processo, visando garantir as condições essenciais para resolver a actual crise que assola as famílias e a Nação, disse Lopes Trigo.
Não existe uma fórmula mágica para solucionar o actual quadro, mas é preciso incluir a juventude nos projectos que visam enfrentar os principais desafios do País; os jovens jamais devem ser colocados à margem de tudo o que está a ter lugar, pois eles podem ajudar a mitigar quer a crise económica quer social com a sua força, reafirmou o secretário nacional para informação e porta-voz do CNJ, Lopes Trigo.
Quanto às alegações acerca da falta de renovação de mandatos no CNJ, que para muitos já está a criar um “mau ambiente” no seio da plataforma que congrega jovens de todas as províncias, Lopes Trigo avançou que tudo passa pela realização da Assembleia Geral, que possivelmente vai ter lugar ainda neste mês de Março, para serem eleitos os novos corpos sociais da organização, em cumprimento absoluto dos estatutos.
A actual direcção do Conselho Nacional de Juventude (CNJ) assim como das suas Comissões Provinciais (CPJ) continuam sem renovar os mandatos, situação que leva as organizações políticas juvenis filiadas no CNJ e nas CPJ, como a CASA-CE, UNITA e FNLA, a pedirem a realização urgente de um conclave, para novas eleições.
Para o líder juvenil da FNLA, Joveth de Sousa, há “falta de interesse” por parte da comissão permanente do CNJ para convocar a assembleia-geral. A JFNLA tenciona candidatar-se à liderança do CNJ, por condenar a perpetuação no poder dos jovens ligados à JMPLA (organização juvenil do MPLA, partido no poder).
Tal posição é partilhada por Rafael Aguiar, presidente da JPA (Juventude Patriótica de Angola), organização afecta à CASA-CE, que acusa o Conselho Nacional de Juventude, de já “não reflectir a vontade” dos jovens dos partidos na oposição, por isso, exige o respeito dos estatutos da organização e não aceita que haja renovação de mandatos sem qualquer explicação, onde apenas os militantes da JMPLA continuarão a dirigir o CNJ.
O novo secretário-geral da JURA (organização juvenil da UNITA), Aly Mango, também condena a longevidade de mandatos, solicitando ao actual presidente para “tudo fazer” a fim de que sejam “respeitados os ideais” que estiveram na base da criação do CNJ.